AGEU: O compromisso do povo da aliança
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e
do comodismo espiritual.
INTERAÇÃO
O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus
com o seu povo. Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer
o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra:
“Israel, reconstrua o Templo para o Senhor!”. Os judeus estavam indiferentes em
relação à obra de Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o
Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, “a glória da segunda
Casa será maior que a da primeira”. Como servos do Altíssimo precisamos estar
atentos, pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e
o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino,
trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em
ordem correta, segundo as Escrituras Sagradas.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave -
Templo: Espaço
ou edifício destinado a culto religioso.
De Joel até Ageu passaram-se mais de 300
anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava
com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios.
Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara
de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a
mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.
I. O LIVRO DE
AGEU
1.
Contexto histórico. No livro
de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período pós-exílio.
Por isso, é fundamental ler os seis primeiros capítulos do referido livro, para
compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs
fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos
hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.
a) Cambises. Ciro
reinou até 530 a.C, ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como
Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos
a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a
construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).
b) Dario Histaspes. Após a morte de Cambises, Dario
Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a
continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas
simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13).
2. Vida pessoal. Não
há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece nove
vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o primeiro
profeta a atuar no pós-exílio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de
Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C
(1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como “profeta” (vv.1,3,12; 2.1,10)
demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além dele,
apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas apresentações
(Hc 1.1; Zc 1.1).
3. Zorobabel. A
profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de
Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v.1). Sob a sua liderança
e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus
retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7; 12.1). A promessa
divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria
linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27). Dessa forma, Jesus é o
“Filho de Davi”, mas também de Zorobabel.
4. Estrutura e mensagem. O livro consiste de quatro curtos
oráculos. O primeiro foi entregue “no sexto mês, no primeiro dia do mês” (v.1)
[mês hebraico de elul, 29 de agosto]; o segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo
primeiro do mês” (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro]; o terceiro e o quarto
oráculos vieram no mesmo dia, o “vigésimo quarto dia do mês nono” (2.10,20)
[mês de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação foi dada diretamente por Deus
(vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento
dos oráculos. O tema do livro é reconstrução do Templo. Dos a 38 versículos
divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14;
2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb
12.26,27).
II.
RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES
1.
A desculpa do povo. Ageu
inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina
(v.2). O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar
o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que
não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita chamar Judá de “meu povo”,
referindo-se a eles como “este povo”. Em outras palavras, Deus não gostou da
desculpa da nação (Jr 14.10,11).
2. Inversão de prioridades (vv.3,4). O oráculo volta a dizer que a Palavra
de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma
mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a
Jerusalém para construir a sua Casa. Mas o povo preocupou-se mais em morar nas
casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos,
continuava em total abandono (v.4). Era uma opção insensata. Os judeus
negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes
atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o
gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).
3. Um convite à reflexão. No versículo cinco, vemos um apelo à
consciência e ao bom senso, pois é o próprio Deus quem fala. Tal exemplo mostra
que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo,
inclusive, o agir do Senhor.
III. A EXORTAÇÃO
DIVINA
1.
Crise econômica. O profeta
fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas,
pois garantem a dignidade do ser humano. Mas temos aqui um quadro deplorável da
economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco. A quantidade de
víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A bebida era escassa, a
roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de Deus (v.6). Tudo
isso “por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua
própria casa” (v.9). Era o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40). Era o
resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a todos a refletir
(v.7).
2. A solução. Nem
tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O
Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte,
cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria
de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8). Não era comum o povo e as
autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseias e Jeremias
são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de
maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do
Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué
(v.14).
3. O Segundo Templo. Enquanto isso, na Pérsia, o novo rei
Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele colheu ofertas para a construção e deu
ordens para não faltar nada durante o andamento da obra. Ele ainda pediu oração
ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10). Finalmente, o Templo foi inaugurado
em 516 a.C, “no sexto ano de Dario” (Ed 6.15). Esse é o segundo e o último
Templo de Jerusalém na história dos judeus. E assim, a presença de Deus no
Templo fez da glória da segunda Casa maior que a da primeira (2.9).
CONCLUSÃO
A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos.
Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como fardos pesados,
mas recebê-los como algo sublime. É honra e privilégio fazer parte do projeto e
do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados
por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos
homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16).
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