ZACARIAS: O reinado messiânico


VERDADE PRÁTICA

 Jesus é tanto o Salvador do mundo, como Rei do Universo.

INTERAÇÃO

Zacarias foi contemporâneo do profeta Ageu. Ele teve uma série de visões durante os dois primeiros anos das obras de reconstrução do Templo. Essas visões objetivavam incitar no povo ânimo para o exercício do trabalho intenso na restauração do Templo. Os judeus estavam livres do exílio, mas o Templo não estava acabado. A reconstrução do Templo traria uma nova esperança para os judeus, pois a nação, no futuro, também seria restaurada espiritualmente. A primeira e a segunda vinda de Jesus Cristo são, focalizadas pelas profecias de Zacarias, como cumprimento da esperança judaica.

INTRODUÇÃO

Palavra Chave- Messias: Pessoa na qual se concretizavam as aspirações de salvação ou redenção.
O livro de Zacarias apresenta os eventos do porvir como o epílogo da história. O oráculo do profeta não fala a respeito de acontecimentos enigmáticos, mas de fatos reais e compreensíveis. Qualquer observador atento à época atual verificará que as demandas do nosso tempo apontam para um desfecho divinamente escatológico.

I. O LIVRO DE ZACARIAS
 1. Contexto histórico (1.1). Zacarias e Ageu receberam os oráculos divinos no segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia, em 520 a.C. Conforme estudado anteriormente, a situação espiritual de Judá é a mesma descrita no livro de Ageu. A indiferença religiosa e o avanço do secularismo colocavam Deus em último plano. Por isso, tal como a história dos antepassados dos judeus, o Senhor estava desgostoso daquela geração (1.2,3).
2. Vida pessoal. Zacarias era de uma família sacerdotal, assim como Jeremias (Jr 1.1) e Ezequiel (Ez 1.3). Seu avô, Ido (1.1), era sacerdote e veio do exílio à Jerusalém no grupo liderado por Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque (Ne 12.1-4). Parece que “Baraquias”, seu pai, faleceu quando o profeta ainda era criança. Assim, Zacarias fora então criado por seu avô. Isso pode justificar a omissão do seu nome em Esdras, que o chama apenas de “filho de Ido” (Ed 5.1). O ministério profético de Zacarias foi mais extenso que o de Ageu, pois ele menciona os oráculos entregues dois anos após o seu chamado (7.1).
3. Estrutura e mensagem. Os oráculos de Zacarias são apocalípticos. Eles foram entregues por visão (capítulos 1-6) e palavra (7-14). O assunto do livro é o Messias de Israel. Mas Jerusalém também ocupa espaço significativo na profecia. Há diversas referências diretas e indiretas a Zacarias em o Novo Testamento (Zc 9.9 cf. Mt 21.5; Zc 11.13 cf. Mt 27.9,10; Zc 12.10; Ap 1.7). A vinda do Messias e os demais eventos escatológicos predominam os capítulos 9-14.
4. Unidade literária. A respeito da unidade literária de Zacarias, as opiniões mais populares estão divididas em três grupos principais: os que defendem a unidade literária; os que consideram os capítulos 9-14 provenientes do período pré-exílio babilônico; e os que apontam para o período pós-exílio (os liberais). Esta última ideia é descartada pelos críticos conservadores.
A diferença de estilo literário é natural. Um autor pode mudar seu estilo com o tempo e com o assunto a ser tratado. Em relação à passagem de Zacarias 11.13 — onde o evangelista Mateus atribui autoria do seu conteúdo ao profeta Jeremias (cf. Mt 27.9) — há pelos menos duas explicações:
a) Combinação profética. Jeremias comprou um campo (Jr 32.6-9) e visitou a casa do oleiro (Jr 18.2). O Antigo Testamento é rico em detalhes para narrar a obra redentora. Ele não se restringe apenas às profecias diretas. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo e sua obra na história da redenção (Jr 31.15 cf. Mt 2.16,17; Os 11.1 cf. Mt 2.15). Nesse caso, a citação de Zacarias 11.13 seria dos dois profetas. Entretanto, somente Jeremias é mencionado, porque ele é o profeta mais antigo e importante. Desse modo, temos a unidade literária.
b) Coletânea de profecias. A outra explicação é apenas hipotética. Seria uma coleção de oráculos entregues a Jeremias após a conclusão de seu livro. Eles teriam sido preservados pelo povo e, mais tarde, incluídos por Zacarias na segunda parte dos seus oráculos.

II. PROMESSA DE RESTAURAÇÃO
 1. Sião. Zacarias introduz o oráculo com a usual fórmula profética (8.1). O discurso começa com a chancela de autoridade divina: “Assim diz o SENHOR dos Exércitos” (8.2-4,6,7). Sião era originalmente a fortaleza que Davi conquistara dos Jebuseus, tornando-se, a partir daí, a sua cidade (2 Sm 5.6-9). Com o passar do tempo, veio a ser um nome alternativo de Jerusalém semelhante à descrição de Zacarias 8.3.
2. O zelo do Senhor (8.2). Jeová declara a si mesmo como Deus “zeloso” (Êx 20.5), e este é um dos seus nomes (Êx 34.14). Tal zelo diz respeito à sua santidade, cuja violação não pode ficar impune (Js 24.19). O zelo do Senhor ainda é manifestado como indignação quando o seu povo é trucidado por estrangeiros. Aos opressores, Deus há de açoitar (1.14,15).
3. Restauração de Jerusalém. A palavra profética anuncia: “Voltarei para Sião e habitarei no meio de Jerusalém” (8.3b). Após a lição dos 70 anos de cativeiro, o Senhor se volta com zelo ao seu povo. Mas a promessa é para o futuro, quando Jerusalém tornar-se uma “cidade de verdade [...] monte de santidade” (8.3b). Temos aqui, uma reiteração do que disseram Zacarias (1.16; 2.10) e os demais profetas antes dos cativeiros assírio e babilônico (Is 1.16; Ez 36.35-38; Sf 3.13-17).

 III. O REINO MESSIÂNICO
 1. A pergunta pela paz. Quando de um atentado terrorista no Iraque, que matou um diplomata brasileiro, o então secretário geral das Nações Unidas, Koff Annam, declarou: “Já não existe mais lugar seguro no mundo”. Diante disso, podemos perguntar: “É possível viver num mundo de justiça, paz e segurança?”. A Bíblia assevera que sim! O profeta Zacarias, mostrando a trajetória da humanidade, descreve a história espiritual de Israel e o futuro glorioso de Jerusalém no Milênio (14.11,16,17).
2. A paz universal. As Escrituras Sagradas falam de um período conhecido como Reino Messiânico (ou Milênio), em que o próprio Senhor Jesus Cristo reinará por mil anos. Tribos, cidades, povos e nações achegar-se-ão a Deus pelo anúncio do evangelho. O contexto bíblico permite-nos dizer que essa profecia (8.20-22) é escatológica e aponta para a restauração de Jerusalém no Milênio (2.11; 3.10; Is 2.2-4; Mq 4.1-4). Nessa época, Israel estará plenamente restaurado tanto nacional quanto espiritualmente.
3. A orla da veste de um judeu (8.23). A expressão “naquele dia” é escatológica (2.11; Os 2.16; Jl 3.18). Aqui, ela refere-se ao Milênio. O número dez indica quantidade indefinida (Nm 14.22; 1 Sm 1.8; Ne 4.12). O termo “judeu” no Antigo Testamento aparece frequentemente nos livros de Esdras e Neemias. Fora deles, só aparece em Ester e também em Jeremias. A vestimenta do judeu era de fácil identificação (Nm 15.38; Dt 22.12). E “agarrar-se à orla de sua veste” indica o desejo e o anseio do mundo gentio em desfrutaras bênçãos e os privilégios de Israel. Portanto, se a queda de Israel representou a riqueza do mundo, qual não será a glória dos gentios na sua plenitude? (Rm 11.11-14).

CONCLUSÃO

Diante do exposto, podemos concluir: se todas as profecias sobre os impérios passados e acerca da primeira vinda do Messias cumpriram-se fielmente, as profecias escatológicas igualmente se cumprirão. Os acontecimentos atuais por si só começam a confirmar essa realidade.

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