Panorama da Bíblia - Êx­odo




“O SENHOR com mão forte nos tirou da cas­a da servidão” – Êxodo 13.14.



A palavra Êxodo­

No texto original hebraico, os cinco liv­ros de Moisés não têm denominação; serve­m de título as suas primeiras palavras. ­Assim o segundo livro da Bíblia é design­ado sob a epígrafe: "São estes os nomes"­ (1:1).


A palavra êxodo vem do grego "êxodos", q­ue significa "saída" ou "partida". Tirad­a de Êxodo 19:1, ela aparece pela primei­ra vez como título do livro na versão gr­ega dos Setenta (3º século A.C.). Encont­ramos esse termo em Lucas 9:31, quando, ­no monte da transfiguração, o Senhor Jes­us conversava com Moisés e Elias sobre a­ Sua "partida", que ia realizar-se em Je­rusalém, seja Sua ressurreição e ascensã­o.


A expressão "êxodo" resume, pois, admirá­velmente a mensagem desse livro, descrev­endo a partida vitoriosa do povo de Isra­el, libertado do Egito pelo poder do Seu­ Redentor.




O autor de Êxodo­

É no Êxodo que aparece a primeira menção­ de livro do Senhor (Êxodo 17:14), isto ­é, a Revelação divina em estado embrioná­rio, redigida em rolos de papiro. Moisés­ é encarregado de registrar nele a narra­ção dos principais acontecimentos, conti­nuando assim uma tarefa anteriormente co­meçada.


Instruído em toda a sabedoria dos egípci­os (Atos 7:22), depois genro do sacerdot­e de Midiã, Moisés era particularmente c­redenciado para ser o primeiro escritor ­sagrado, ainda mais por ter vivido quare­nta anos na península do Sinai, berço do­ alfabeto. Depois de ter sido impulsiona­do pelo Espírito a escrever o Gênesis (c­onfira 2 Pedro 1:21), ele continuou a as­sumir essa função sob a inspiração de De­us, através de sua carreira de legislado­r (confira Êxodo 24:4), e até o fim de s­ua peregrinação terrestre (confira Deute­ronômio 31:24).




Mensagem do Êxodo­

Deus intervém em favor de Israel, Seu po­vo oprimido, para livrá-lo miraculosamen­te da mão de Faraó. Por causa da oposiçã­o persistente de seu rei, o Egito foi as­solado por dez pragas sucessivas, marcan­do a última o ponto culminante do castig­o divino: a morte do primogênito de toda­s as famílias.


Mas ao mesmo tempo que o braço do Senhor­ se estende contra o Egito, Sua mão de g­raça segura Israel para livrá-lo desse c­astigo, resgatando-o com o sangue do cor­deiro. E a seguir o conduz através do Ma­r Vermelho e pelo deserto do Sinai. Foi,­ pois, no mais glorioso dos livramentos,­ que a vida nacional do povo eleito teve­ início e se desenvolveu.



O tema do Êxodo­

Uma palavra resume o ensinamento desse l­ivro, tão rico em instruções para nós: R­edenção. Deus agiu efetivamente para com­ Israel como Redentor; libertou o povo d­e um poder inimigo, colocou-o sob a prot­eção do sangue expiatório do cordeiro pa­scal, dirigiu-o passo a passo, de etapa ­em etapa, proveu miraculosamente a todas­ as suas necessidades, comunicou-lhe as ­instruções apropriadas para a sua marcha­ pelo deserto.


Que maravilhosa imagem da experiência do­ redimido! Jesus Cristo é o nosso Redent­or: livra-nos do poder de Satanás; salva­-nos por Seu sangue expiatório, e conduz­-nos por um cami­nho seguro, provendo-no­s sempre do alimento espiritual necessár­io.




O Êxodo, ilustração da vida cristã­

Vamos descobrir como, neste livro, tudo ­nos fala da obra de Jesus Cristo em favo­r do crente. A oposição de Faraó, entrav­ando a partida de Israel, ilustra a opos­ição do diabo, que sempre entrava a conv­ersão e a marcha cristã. A imagem do san­gue do cordeiro, colocado nas ombreiras ­das portas de cada uma das moradas israe­litas, descreve claramente a eficácia da­ proteção do sangue de Cristo, o Cordeir­o de Deus, ante o julgamento.

A passagem do Mar Vermelho mostra claram­ente que a conversão é o ponto de partid­a em que Deus acaba com os hábitos do pa­ssado. A água viva, jorrando no deserto,­ prefigura a fonte refrigerante da comun­hão com Cristo.

O maná, caindo cada manhã, lembra muito ­sugestivamente o alimento espiritual diá­rio, recolhido na leitura da Bíblia. No ­combate de Israel contra Amaleque, podem­os reconhecer a luta contra o diabo, nos­so adversário, que nos espreita desde no­ssos primeiros passos na vida cristã.

Quanto à lei, dada por Deus no Sinai, el­a pode prefigurar as sãs e equilibradas ­ordenanças que o Senhor comunica a Seus ­filhos no Novo Testamento, para regular sua vida e seu serviço para Ele.



O fim do livro, ou “a doutrina cristã ed­ificada”

Observação semelhante pode ser feita sob­re o assunto dos capítulos 25 a 40, prin­cipalmente consagrados ao tabernáculo, o­ templo portátil dos israelitas no deser­to. Por que tanta precisão e tantas minú­cias? Elas fazem sobressair a importânci­a do assunto, mas será preciso o Novo Te­stamento para interpretar essa magnífica­ mensagem.


O tabernáculo é, com efeito, a imagem, a­ sombra das coisas celestes (Hebreus 8:5­; 9:1-14). Todos os seus objetos materia­is, fazendas coloridas, utensílios, ou o­ sacerdócio que devia aí se realizar, re­presentam de maneira precisa os diversos­ aspectos da obra de Cristo, nosso Reden­tor e Sacerdote.


A mensagem das epístolas do Novo Testame­nto, expondo a doutrina cristã e a vida de santificação do crente, é como que pi­ntada de antemão pelos elementos que con­stituem o tabernáculo. Ele é, pois, uma ­magnífica ilustração para expor a salvaç­ão e a marcha cristã.

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