PREGAÇÃO






Pregação Pura e Simples… Sem Complicação!


Você sabia que centenas (talvez milhares) de todos aqueles que proclamam a Palavra de Deus, estão mais para agitadores de palcos (sim!) do que para pregadores?

Você está em qual categoria? Qual tem sido o seu desenvolvimento na arte da Pregação? Você tem visto resultados?

(Quem é ensinador, talvez pense que esteja de fora dessa realidade… Não! Todos nós estamos no mesmo barco. Essa é uma verdade inquestionável!). Então vamos lá?

Todos temos ciência da necessidade da Pregação, da exposição da Palavra de Deus aos corações – sejam de cristãos sejam de pecadores -, pois todos necessitam de uma mensagem que conforte, alegre, exorte, repreenda, corrija, instrua e mostre o único caminho para o céu.

A pregação é imprescindível para o crescimento e desenvolvimento da Igreja, para o fortalecimento dos cristãos e para o esclarecimento do pecador.
Porém, para que essa Pregação tenha real efeito e cumprimento dos propósitos para os quais fora designada, é necessários que alguns fatores sejam relevantes e algumas características associadas a mesma.


O Que é Pregação?

“A pregação é a comunicação da verdade aos homens pelos homens. Contém em si dois elementos essenciais: a verdade e a personalidade. Não pode omitir-se nenhum dos dois e ainda ser pregação.”

Estas palavras dão-nos o que há muito tempo tem sido considerada umas das definições mais claras e concisas da pregação. Esta definição foi-nos dada por Phillips Brooks, um pregador norte-americano famoso no século XIX. A pregação tem sido descrita, também, como o transbordar de uma vida, a verdade divina que passa pela peneira da personalidade humana.

A pregação é um meio principal escolhido por Deus e usado na Igreja primitiva para comunicar as Boas Novas às pessoas. E embora a pregação tenha sido alterada no decurso dos séculos, retém, em menor ou maior grau, os elementos originais da proclamação, da evangelização e da instrução que tinha nos tempos do Novo Testamento.

Uma das definições mais importantes da palavra pregar no Novo Testamento, é “proclamar como arauto”. A mensagem da pregação do Novo Testamento era o Evangelho. O apelo era ao arrependimento e à fé, e o objectivo era evangelizar os perdidos.

Esta é a ordem do Novo Testamento da qual se desenvolveu a pregação da atualidade. Sendo assim, a pregação de hoje inclui não só a proclamação do evangelho para a salvação dos perdidos, como também a pregação da Palavra para os crentes serem encorajados e fortalecidos na fé.

Veja, por exemplo, o que Paulo esclarece para Timóteo:
“Que pregues a palavra, instes, a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4:2).

Outra definição neotestamentário muito importante da pregação é contar as boas novas, os acontecimentos decorridos do ministério de Jesus Cristo. Isso é visto, principalmente, nos primeiros capítulos do livro de Atos, onde os cristãos saíram por toda as cidades contando o que havia acontecido… E isso por si só, caracterizava uma pregação muito poderosa, pois as pessoas criam naquilo que ouviam.

O Engodo da Falsa Eloquência!

Um erro comum em qualquer pregador (principalmente, iniciantes) é de que pregação poderosa é a que une teatro, palavras de ordem e muito, mas muito movimento. E este caldeirão de fatores, formam uma pseudo-eloquência, que é o pano de fundo de uma pregação poderosa.

Quem estuda, e realmente conhece, as matérias de Homilética, Oratória, Ética e Psicologia Pastoral sabe da importância de uma pregação realmente poderosa; um sermão impactante, pois tanto ativa a fé do ouvinte, quanto inspira-o à uma mudança radical – buscando o pleno desenvolvimento – apartir daquela pregação.
Porém, também, este mesmo pregador sabe que muito do que se identifica como eloquência, nada mais é do que uma falsa eloquência; teatro e manobras psicológicas para levar o povo ao êxtase – na maioria das vezes em benefício próprio.

Eloquência é muito mais amor, compaixão, entrega e abnegação no trabalho de Deus, em prol do crescimento espiritual e da salvação de muitos. Acredito, apartir dessa visão, que a maior eloquência do pregador não está na forma que ele fala, mas na forma como ele demonstra o resultado daquilo que ele fala. Quando mais testemunho verdadeiro, mas eloquência. Quando mais falso testemunho, menos eloquência.

Foi isso que aconteceu com Jesus. Ele falou naturalmente para um multidão (e para isso ele escolheu uma planície, onde pudesse falar sem precisar de gritaria e todos pudessem ouví-lo!), mas mesmo assim, ao final do seu sermão, a multidão percebe algo diferente e afirmam…

“Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.” (Mateus 7.28,29).

É provável que para muitos hoje, alguém falar como Jesus falara (de forma natural – sem o teatrismo gospel), demonstra falta de espiritualidade, falta de unção, falta de comunhão, falta de autoridade, falta conhecimento… falta de… vergonha! (sim, já ouvi pessoas dizerem: “nem tem vergonha de dizer que prega… ninguém sentiu nada!”).

Aprendendo Com John Piper

A pregação deve ser motivo de exultação (alegria, regozijo, júbilo) e não exaltação, pois mesmo sendo um pesado fardo sobre aqueles que a tomam com responsabilidade, nunca deverá ser um constrangimento exercer tal função – a de pregador.

Pregar é explicar e aplicar o significado da mensagem bíblica, pois ela é a Palavra de Deus, e isso, nos leva a entender que devemos conhecer a Bíblia tão bem a ponto de compreender a sua mensagem para, assim, levarmos esta compreensão aos nossos ouvintes.

Porém, sempre somos tentados a darmos ênfase ao que entendemos do Texto Sagrado e não ao que o Texto quer que entendamos. Acontece com todos – cristãos ou não! E a função do pregador é minimizar estas opiniões opiniões a tal ponto que tudo o que seja dito, tudo o que seja ensinado, tudo o que seja evidenciado, possam ser encontrados na Bíblia, senão na exatidão da palavra dita, mas nos seus princípios.

Pregar é fazer com que os olhos fiquem deslumbrados com a glória de Deus e experimentem alegrias que nunca imaginaram, e isso é muito mais do que fazer apenas as pessoas entenderem a mensagem do Evangelho… Mas, é levarem a vislumbrarem de tal modo esta glória de Deus, a ponto de desejarem a mesma com total intensidade, apartir da compreensão da Palavra.

Finalmente, o pregador deve confiar que Deus é quem se responsabiliza pelo que foi ministrado, capacitando o homem a compreender aquilo que foi ministrado, mediante a atuação do Espírito Santo na Igreja.


Como Aperfeiçoar a Pregação?

Só quero dar um alerta a você… Não seja um extremista. É perigoso! Alguns acreditam que todos os fatores do sucesso da pregação dependem dele – e por isso receiam pregar, acreditando que não estão preparados.

Outros, porém, acreditam que Deus é quem se responsabilidade (inclusive, dando a capacitação) e descuidam do preparo, culminando no fracasso do ministério dado por Deus – e mesmo quando não fracassam totalmente, vivem à margem das grandes possibilidades de desenvolvimento, aperfeiçoamento e maior eficácia do ministério.

Tais extremos são deveras prejudiciais! Por isso, um dos aspectos do fruto do Espírito Santo é o equilíbrio, a moderação… Para que o cristão seja capaz de ponderar tudo que contribui para o seu desenvolvimento espiritual e ministerial.

Mas, o que caracteriza um pregador eloquente, sábio e com autoridade naquilo que fala?

Basicamente 3 fatores! Simples assim!

1. A Palavra é quem transforma. O Evangelho é quem tem o poder de Deus para regenerar o pecador e torná-lo uma nova criatura. Nada substitui a Palavra.

2. O Espírito Santo é quem convence o ouvinte de que aquilo que fora transmitido é real, é a verdade… e necessita ser observado, analisado e colocado em prática.

3. O pregador é o instrumento. É o canal. É a ferramenta utilizada por Deus para proclamação do Evangelho, das boas novas. E como ferramenta, deve ter qualidades que o capacite a tornar-se um arauto, um mensageiro qualificado. Por isso, Paulo orienta Timóteo a manejar bem a Palavra, cuidar para ser irrepreensível, desenvolver habilidades e assim, ser um exemplo para todos, mesmo na sua mocidade.

Nem o Espírito age sem a Palavra. Nem a Palavra converte sem o Espírito. Nem o pregador tem autoridade, se não for demonstração da transformação da Palavra e não manejar bem a Palavra.

Para isso, é necessário aplicar-se ao estudo bíblico e teológico, mas também ao estudo de ferramentas específicas que favoreçam o planejamento, elaboração, transmissão e aplicação das pregações nas igrejas.

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